sexta-feira, 8 de agosto de 2008

SANEAMENTO BÁSICO E QUALIDADE DE VIDA

A expressão Saneamento Básico é reconhecida no Brasil, no estágio atual, como parte do saneamento do meio que trata de problemas de abastecimento de água, coleta e disposição dos esgotos sanitários, incluindo os resíduos líquidos industriais, controle da poluição provocada por esses esgotos, drenagem urbana (águas pluviais) e acondicionamento, coleta, transporte e destino dos resíduos sólidos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saneamento como o controle de fatores que atuam sobre o meio ambiente e que exercem, ou podem exercer, efeitos prejudiciais ao bem-estar físico, mental ou social do Homem. Portanto, o objetivo final do saneamento é a promoção da saúde, um direito fundamental de todos os seres humanos.
Ter serviço de saneamento é um direito assegurado pela Constituição Federal; porém, o último censo do IBGE revela que cerca de ¼ das residências do país não conta com serviço de água potável e quase metade não tem serviço de esgoto . A ausência deste saneamento básico é a causa de 80% das doenças e de 65% das internações hospitalares no Brasil, cujos gastos anuais com doentes por estas causas são da ordem de US$ 2,5 bilhões, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Segundo dados do Sistema Único de Saúde, a cada R$ 1,00 investido em saneamento, as cidades economizam R$ 5,00 em medicina curativa da rede de hospitais e ambulatórios públicos.
A pobreza, combinada com baixos índices de saneamento básico, é responsável pela morte de uma criança a cada dez segundos. (PNSB-IBGE) .

Dados da pesquisa nacional de saneamento básico do IBGE de 2001.

Municípios sem abastecimento de água
Cidades sem coleta de lixo
Municípios sem rede de esgoto
Em 1989
195
124
2332
Em 2001
116
33
2658
Domicílios por condição de saneamento e luz elétrica (%) - 1999
Brasil e grandes regiões
Água canalizada e rede de distribuição
Esgoto e fossa séptica
Lixo coletado
Luz elétrica
Brasil: 76,1 52,8 79,9 94,8
Norte: 61,1 14,8 81,4 97,8
Nordeste: 58,7 22,6 59,7 85,8
Sudeste: 87,5 79,6 90,1 98,6
Sul :79,5 44,6 83,3 98,0
Centro-Oeste :70,4 34,7 82,1 95,0
Segundo o IBGE: (fonte Revista Veja e Revista Isto é - 3 de abril 2002, n° 1696).
As diferenças regionais são muito grandes no Brasil. Na região Sudeste o número de casas atendidas pelo fornecimento de água chega a 70,5%, enquanto a região Norte possui um índice de apenas 44,3%. A coleta de esgotos também sofre variações regionais: na região Sudeste, 53,0% das casas são atendidas pelas redes de esgoto, já no Norte do país, apenas 2,4% possuem o mesmo serviço.
No Brasil, apenas 52% dos municípios e 33% dos domicílios têm serviço de coleta de esgoto.
Na região Norte, 2% dos domicílios têm rede de esgoto.
68,5% dos resíduos das grandes cidades são jogados em lixões e alagados.
24 mil pessoas trabalham como catadores nos lixões brasileiros. Destes, 22% são crianças com menos de 14 anos.
Apenas 451 municípios dos 5.507 existentes no Brasil fazem coleta seletiva.
Mais de um bilhão de pessoas no mundo estão sem água potável para seu consumo.
Cerca de 3 milhões de pessoas morrem todos os anos de doenças causadas pela água sem tratamento e de doenças pulmonares causadas pela poluição do ar. Fonte: ONU.

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